Amazônia Jazz Band

De volta aos palcos, a banda agora regida pelo maestro Eduardo Lima é sempre um show a parte!

13/12/2021 16:03
 Amazônia Jazz Band
Com 27 anos de existência, um dos grandes patrimônios musicais do Pará, a Amazônia Jazz Band, voltou às apresentações presenciais em agosto deste ano depois de enfrentar os meses terríveis de isolamento e quarentena e quase totalmente renovada. Mais de 90% dos músicos entraram no último processo de seleção, realizado no primeiro semestre deste ano. Um processo seletivo que, como quase tudo que ocorreu em 2021, teve suas especificidades, como conta Eduardo Lima, o maestro da banda que também assumiu há pouco o cargo de titular, depois de exercer por cinco anos a posição de maestro-auxiliar da AJB.

“Foram mais de cem inscrições recebidas e a seleção inicial foi feita por meio de vídeos enviados pelos candidatos”, conta. O esforço da seleção, segundo ele, valeu a pena. “Foi uma coisa muito interessante o que aconteceu porque nós conseguimos juntar um grupo de músicos extraordinário e que já, desde os primeiros ensaios presenciais, demonstrou um enorme entrosamento. Foi como se já tocassem juntos há tempos. Um casamento maravilhoso”, explica Eduardo Lima. 

Volta aos palcos e novo repertório

Antes do show realizado no Theatro da Paz em agosto, a última apresentação da Amazônia Jazz Band nos palcos com sua formação completa foi em fevereiro de 2020. Um ano e meio depois de voltar a se apresentar para o público e justamente na maior casa de espetáculos do Estado foi uma emoção indescritível.  “Esse reencontro com o público foi de muita emoção. Colocamos ali todo nosso trabalho, carinho e amor”, relembra o maestro. 

O retorno trouxe um repertório com uma forte base nos clássicos do jazz e das famosas big bands, mas Eduardo Lima diz que, agora à frente do grupo, vai tentar imprimir um pouco de sua marca pessoal ao trabalho desenvolvido pelos músicos sem, é evidente, perder a essência daquela que é uma das mais tradicionais bandas  da região Norte.

“Vamos manter, é lógico, o repertório tradicional da Amazônia Jazz Band que cativa o público há tantos anos, mas queremos experimentar mais e aproveitar melhor a rica sonoridade da região amazônica, trazendo ao público peças populares e novos ritmos”, explica. Um pouco desta nova marca já pode ser visto nas apresentações mais recentes, quando foram apresentadas músicas de Michael Jackson, além de carimbós e merengues.

Interiorização

Os planos do maestro também incluem um processo de interiorização cada vez maior do grupo. O sonho é fazer com que a Amazônia Jazz Band possa circular por várias cidades paraenses. “O Pará tem uma rica cultura musical. Temos muitos grandes músicos e poder realizar essa troca de experiências é uma das nossas ideias. A cultura precisa circular”, afirma. 


Do sax a regência

Eduardo Lima é paraense e integra a Amazônia Jazz Band como saxofonista e flautista há 24 anos. Ele vem de uma família musical. Sendo neto de trompetista, a música sempre esteve presente no cotidiano doméstico até que, aos 11 anos, a mãe, percebendo o interesse pela música, apresentou para ele o saxofone. 

Naquele momento, a paixão pela música começou a ganhar contornos sólidos, iniciando os estudos do instrumento com os professores Paulo Levy e Jesus Martins. O passo seguinte foi ingressar na Banda Jovem do Conservatório Carlos Gomes e, a partir dali, sua trajetória foi marcada pelo aprimoramento da prática musical em grupo.

Nova formação


Composta atualmente por 22 músicos, um maestro, um produtor e uma equipe de apoio com quatro pessoas, a Amazônia Jazz Band surgiu em 1994, com remanescentes da Big Band, um grupo artístico da Fundação Carlos Gomes. A profissionalização da banda ocorreu em 1996, quando foi encampada pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult-Pa), em 1996.

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