Chefs em casa

É difícil não encaixar um evento à possibilidade do serviço personalizado de ter um chef em casa.

23/04/2019 13:04 / Por: Camila Barbalho
Chefs em casa

Por Camila Barbalho

Um sábado de vinhos e queijos com os amigos em casa. O jantar de noivado dos filhos sem fila de espera. O aniversário da matriarca em meio ao conforto do sofá da sala e fotos de família. É difícil não encaixar um evento à possibilidade do serviço personalizado de ter um chef, por uma noite apenas, em casa.

 Tem gente que, se pudesse, dava um dedo e até um braço para sempre comer comida “de restaurante” sem precisar sair de casa. E dentre esses, há aqueles que não endossam muito a ideia de, para isso, precisar recorrer ao delivery e receber o prato em uma embalagem plástica ou de isopor. A solução mágica para todos esses problemas surge da união do melhor dentre esses dois mundos, só que melhorada, e atende pelo nome de personal chef. O nome é mesmo sugestivo e não deixa mistérios sobre o significado: é a opção de reunir amigos e/ou familiares, seja por algum motivo comemorativo ou não, e desfrutar de um menu indefectível preparado por um profissional da gastronomia que se “instala” por algumas horas, com uma pequena equipe, na cozinha da residência. Ah, coloque-se aí alguns ‘pontos a mais’, que vão desde cardápio super personalizado até a tranquilidade de sequer se preocupar com louças sujas na pia, no dia seguinte. E, por incrível que pareça, custa menos do que se imagina, e se for levado em consideração o custo-benefício, pode chegar a empatar com todo o pacote que envolve saída-segurança-conta-volta para casa.

A chef de cozinha Solange Sabóia trabalha com esse tipo de demanda há cerca de 4 anos, dividindo as tarefas com o também chef Felipe Gemaque. Ela afirma não se lembrar de um começo específico desse tipo de atuação. “Foi mais pela necessidade das pessoas, que chegavam, perguntava se tínhamos como fazer, e então passamos a oferecer esse serviço também”, explica. O mais interessante de todo o processo é que, embora Solange tenha mais ou menos “de cabeça” algumas possibilidades de cardápio montadas, no fim das contas, a decisão final é mesmo do anfitrião - e claro, a “conta” vai depender do tipo de proteína, de guarnição, e por aí vai. 

A prática já permite que toda a tramitação se dê de forma tão simples entre ela e o cliente, de modo que às vezes uma simples conversa de WhatsApp é suficiente para acertar tudo. “As cozinhas são mais ou menos padronizadas, e dependendo da situação eu até peço foto, mas o formato acaba sendo sempre o mesmo”, justifica Solange, que geralmente conta com um ajudante e pelo menos um garçom - dependendo do número de participantes. A equipe costuma chegar com duas horas de antecedência com todo o menu pré-pronto, só mesmo para finalizar e servir.

Para todos os gostos

“O público é variado. Tem a turma que faz sempre, tem quem faça só em determinadas ocasiões”, relata a chef. De reunião com os amigos a aniversário de 60 anos ou comemoração de noivado, é quase impossível achar um evento que não possa ser adaptado ao esquema do personal chef. “Acho que os pontos positivos são muitos. Primeiro que é na casa da pessoa, o que inclui maior segurança, poder ficar mais à vontade e poder escolher um menu e comer tudo fresquinho, recém-preparado. E dependendo do pedido, a gente pode até propor, por exemplo, a harmonização com vinhos”, acrescenta. A lógica do custo final é inversamente proporcional ao número de convidados especiais. Na verdade, quanto mais gente, menor o preço por pessoa. “Uma programação para 10 pessoas provavelmente sairá mais cara que um evento para 20, 30, em que é possível diluir os preços dos produtos usados”, detalha. 

Juntar uns quatro casais de amigos uma vez por mês em casa é um dos programas preferidos da cirurgiã Alessandra Barros. Há pelo menos 5 anos ela repete a “farrinha” em casa com a turma, sempre que pode, e geralmente em volta de uma bonita mesa de queijos e vinhos. “Foi super engraçado a primeira vez que fiz, as pessoas chegaram e ficaram encantadas com a beleza da mesa, não acreditavam que era eu que tinha feito. E não tinha sido eu, mesmo!”, diverte-se.

Regional passo a passo foi o início

No caso dela, começou com a visita de um primo que mora há muitos anos nos Estados Unidos, também chef de cozinha. No anseio de preparar um jantar bem regional para ele, mas fugindo dos ambientes mais comuns de restaurantes, ela contatou Solange e fez o pedido. “Ele mora há 20 anos fora e eu queria que fosse algo especial, com vários passos, coisa de chef mesmo. Eu já conhecia a Solange, o trabalho, e pedi, foi uma noite muito legal. É um serviço de qualidade e prático. Nem com as louças me preocupei, porque desde a primeira vez ela já trouxe tudo!”, recorda.

As harmonizações, a qualidade e, principalmente, a segurança de uma noite de comes e bebes incríveis no conforto do lar justificam o investimento, de acordo com Alessandra. “Outra vantagem é poder montar o cardápio, fazer com as coisas que eu gosto, com as coisas que os convidados gostam. No restaurante o cardápio é quase sempre fixo, com a chef eu posso discutir, sugerir, pedir sugestões”, compara. O contato feito por e-mail ou pelo aplicativo de mensagens instantâneas já é suficiente para ela listar inclusive as preferências dos amigos. “Acaba que eu fui deixando um pouco mais de sair e preferindo esse tipo de programação. Quando a gente coloca na ponta do lápis, acho que todos gastariam o mesmo indo comer na rua, e sem precisar contratar um serviço específico de cozinha ou de limpeza. Com a diferença de ser algo totalmente personalizado, desde o antepasto até a combinação dos queijos com os vinhos. É uma praticidade poder não entender de nada disso e proporcionar algo tão agradável”, reconhece a cirurgiã.

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