Dança social

A Companhia Moderno de Dança completa dez anos de existência mais renovada e antenada às tendências do universo cultural

15/04/2013 11:03 / Por: Bruna Valle
Dança social

A Companhia Moderno de Dança abriu um ciclo de comemoração aos 10 anos de história, completados no ano passado. Intitulado “Circuito Companhia Moderno de Dança 10 anos”, o circuito será de reapresentações de espetáculos, mostras de dança e seminários em circulação em municípios do interior do estado do Pará.


Criada para ser um espaço de pesquisa e fomento da dança - como movimento artístico, a companhia adotou a prática da investigação teórica e metodológica sobre a técnica, a essência da criação em dança, contando com a colaboração de artistas, pesquisadores, e de pessoas das mais diversas áreas de atuação - como profissionais de dança, educação física, comunicação, psicologia, arquitetura, música, entre outros.


Em sua trajetória conta com projetos, festivais e numerosos prêmios, como o “Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011”, o mais recente reconhecimento à produção intelectual e artística da Companhia.


Conversamos com um dos bailarinos da companhia, Luiz Thomaz Sarmento, 23, dançarino e professor, que está no grupo desde 2007. Ele nos contou um pouco da sua história no grupo e sua contribuição para o cenário artístico paraense. Veja a entrevista:


Revista leal Moreira - Qual o seu papel na companhia e de que forma você atua?
Luiz Thomaz- Na companhia eu atuo como intérprete-criador - que é uma nomenclatura atual no campo da dança. Seu significado está no fato de que os bailarinos e bailarinas de hoje, não são mais apenas reprodutores de coreografias criadas por coreógrafos, mas, também tem autonomia para criar. Na companhia nós criamos e interpretamos as coreografias.


RLM - O que a Cia representa para você? Para sua vida pessoal e profissional?
LT - A Cia me acompanha desde a escola e foi ela que me inspirou a muitas escolhas na vida, inclusive as profissionais. Ela representa aprendizado, trabalho e amizade, pois não nos reunimos 4 vezes na semana apenas para trabalhar, mas também para manter nossos laços de companheirismo. Assim o trabalho fica bem mais prazeroso. Acho que todos deveriam trabalhar assim. Através desse trabalho desenvolvi gosto por dançar e por ensinar também, pois além de participar do grupo, também atuei como professor de dança do Projeto Social Aluno-Bailarino-Cidadão e criei várias espetáculos com os alunos do Colégio Moderno para o encerramento dos Jogos. Apesar de parecer não ter nada a ver tudo isso são braços do nosso trabalho na Cia. É o que nos aproxima do público e leva nossa dança para outras pessoas.


RLM- Qual o diferencial da companhia?
LT - Acho que a companhia exerce um papel fundamental para a divulgação da cultura da nossa cidade. Isso porque não nos restringimos a tarefa de criar espetáculos que por si só já é de extrema importância, mas também desenvolvemos outros projetos paralelos que permitem ainda mais possibilidades de trabalho. Temos o Grupo de Dança Moderno em Cena que reúne jovens bailarinos e os introduz a nossa filosofia de trabalho, criando espetáculos e intervenções artísticas; temos o Projeto Social Aluno-Bailarino-Cidadão que oferece aulas durante o ano inteiro para alunos de escola pública. Esse ano, inclusive, vamos abrir mais dois polos atendendo a quase 100 jovens; e ainda desenvolvemos anualmente o FEDAP - Festival Escolar de Dança do Pará. Além disso, nos preocupamos sempre em exaltar a riqueza da nossa cultura, procurando abordar temáticas que dizem respeito a nossa identidade amazônica, belenense, mas dando a ela uma estética contemporânea e universal.


RLM - Há quanto tempo você faz parte da cia?
LT - Faço parte da Cia há 4 anos mas já participava do Grupo de Dança Moderno em Cena desde 2007.

RLM - Qual a impressão que fica deste espaço, o aprendizado, as lembranças dos momentos que você passou na Cia?
LT - Não saberia resumir todas as coisas que aprendi na Cia, mas o que vem sempre à memória são os espetáculos e processos criativos que marcaram minha vida, o árduo trabalho de equipe que a cada ano desprendemos para poder levar nossa arte para o público e as amizades que fiz e continuo fazendo e que levarei comigo para sempre. Tudo o que sou profissionalmente hoje eu devo aos aprendizados que obtive nesse pouco mais rico tempo de trabalho. Se eu pudesse minha vida seria um eterno processo criativo em companhia, com eles é claro.


RLM - As ações da comemoração de 10 anos, o que significam, na sua opinião?
LT - As ações de 10 anos são um retorno para o nosso público em primeiro lugar. Estamos tentando devolver todo o carinho e admiração que conseguimos nessa década de trabalho através daquilo que tentamos fazer de melhor: a arte da dança. Em segundo lugar convidar ainda mais pessoas a conhecerem a gente, seja pelos espetáculos, seja pela rede social, pelo boca a boca. etc. Mostrar nossa arte para o restante do estado e pra todos os lugares que quiserem nos receber.  E por último confraternizar com aqueles que estiveram ao nosso lado e que também contribuem para o enriquecimento artístico da nossa região como é o caso das companhias que se apresentarão na mostra da dança contemporânea deste sábado. Esse ano é de festa e de muito trabalho com certeza, mas é só assim que sabemos ser felizes. Dançando, trabalhando e festejando.



A programação comemorativa iniciou no último sábado (13/04), e partirá para o interior, para os municípios de Marabá (25 a 28 de abril), Castanhal (3 a 6 de maio), Bragança (31 de maio a 2 de junho), Abaetetuba e Soure (com datas ainda a serem confirmadas).E ainda vai realizar a reapresentação dos espetáculos “O que me envolve" nos dias 25 e 26 de maio no Teatro Cláudio Barradas, em Belém.

Mais informações sobre a programação: (91) 83381117

 

Foto: Manoel Pantoja

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