Hoje é dia de ópera

XII Festival de Ópera tem "Elixir de Amor" em sua abertura

08/08/2013 12:28 / Por: Bruna Valle/ Fotos: Carlos Sodré /Ag. Pa/ Elza Lima/Secult /Divulgação
Hoje é dia de ópera

Começa hoje o XII Festival de Ópera do Theatro da Paz e sua primeiríssima atração será a comédia “Elixir de Amor”, que é inspirada na história de Tristão e Isolda, no amor eterno que os uniu depois que tomaram um elixir mágico. Os protagonistas desta ópera são a soprano Carmen Monarcha, que interpreta Adina, e o tenor Atalla Ayan, que vive o camponês Nemorino.


Os artistas paraenses, que têm uma carreira consagrada na Europa, estão cantando pela primeira vez juntos em uma ópera. A apresentação é especial para Carmen, pois marca sua volta ao palco que marcou sua o começo de sua carreira. “Fico muito feliz em estar de volta, pois a minha grande estreia foi aqui no Theatro da Paz, aos 19 anos. Engraçado que os meus  começos e recomeços, cada fase que passa na minha carreira, eu carimbo aqui no Theatro da Paz”, disse Carmen.


Essa edição do festival vai apresentar três obras, todas produzidas na própria capital paraense, respectivamente “Elixir de Amor”, de Gaetano Donizetti, “O Trovador, de Guiseppe Verdi” e “O Navio Fantasma”, de Richard Wagner . A programação acontecerá entre agosto e setembro, e diferente da edição passada, todos os três espetáculos terão coros completos formados por 60 vozes, regido pelo maestro Vanildo Monteiro, e ainda vai contar com mais 160 músicos - entre convidados e efetivos da Orquestra Jovem Vale Música, da FAM, e a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz.
Para quem vai à abertura do festival, uma prévia da história:


Elixir do Amor

No primeiro ato, um tema marcial anuncia a chegada de um destacamento militar chefiado por Belcore. A beleza de Adina não passa despercebida ao garboso sargento. Confiante nos seus atributos e no poder da sedução exercido pela sua máscula figura, Belcore galanteia a jovem e acaba por pedi-la em casamento. Adina não se rende à exibição do presunçoso sargento e, astuciosamente, pede tempo para refletir. No entanto, demonstra a sua magnanimidade ao permitir que os militares repousem na sua herdade.


Enquanto todos se afastam, Nemorino decide aproximar-se e declarar-se. Indiferente aos suspiros do jovem, Adina o aconselha a esquecê-la e partir para a cidade, a fim de acompanhar o tio, gravemente doente, assegurando assim a herança que lhe pertence. Diante da insistência de Nemorino, Adina confessa que a sua natureza é volátil e livre como a de uma brisa caprichosa. A rejeição da moça não demove Nemorino, que compara o seu amor a um rio que inevitavelmente corre para o mar.


A agitação instala-se na aldeia com a chegada de um novo personagem. Rodeado de grande pompa, o ‘doutor' Dulcamara apresenta um maravilhoso produto capaz de curar qualquer maleita, ao alcance de todos por pouco dinheiro. Para Nemorino, Dulcamara representa a salvação. Num gesto desesperado, pede ao presumível doutor que lhe venda o famoso elixir de Tristão. Astuto, Dulcamara percebe a oportunidade e se aproveita da ingenuidade de Nemorino. Sem hesitar, vende-lhe o que chama de filtro mágico, que, todavia, não passa de uma garrafa de vinho de Bodéus, e previne-o que o efeito se faz sentir passadas 24 horas, tempo suficiente para escapar sem ser perseguido.
 
No segundo Ato, a aldeia está em festa com o feliz acontecimento. Dulcamara, honroso convidado, decide desafiar Adina a acompanhá-lo numa barcarola. A interpretação impressiona os presentes e a sua mestria é efusivamente elogiada. Com o anuncio da chegada do notário, todos se retiram para assistir ao contrato nupcial, exceto o ‘Doutor' que aproveita para continuar a desfrutar do banquete. É quando Nemorino aproxima-se, suplicante, e pede que o ajude a terminar com o desespero que o atormenta. Como está de partida, Dulcamara aceita vender-lhe nova dose de elixir, concedendo-lhe um quarto de hora para arranjar a quantia necessária.


Belcore, confuso com a decisão de Adina adiar a assinatura do contrato para mais tarde, encontra com Nemorino. A aflição do jovem não passa despercebida ao sargento e é este quem acaba resolvendo os dilemas do camponês ao convencê-lo a alistar-se no exército. A satisfação é mútua, Belcore porque conseguiu mobilizar o rival e Nemorino porque conseguiu dinheiro para entregar a Dulcamara.
Entretanto, Gianetta irrompe em cena com um segredo que deixa as raparigas em alvoroço: Nemorino acabara de herdar uma fortuna, convertendo-se assim no melhor partido da aldeia. O sucesso junto das raparigas não levanta dúvidas EM Nemorino, plenamente convencido do poder da poção mágica. Porém, a notícia deixa Dulcamara e Adina perplexos. Orgulhoso da sua intervenção, Dulcamara descreve a Adina as virtudes do Elixir da rainha Isolda e o sacrifício de Nemorino para o comprar.


A caprichosa Adina toma consciência da nobreza e sinceridade dos sentimentos de Nemorino e deixa transparecer a paixão que começa a invadi-la, mas não se deixa convencer a adquirir um frasco de tão milagrosa poção, pois acredita no poder de seu olhar. Entretanto, Nemorino consegue libertar-se do assédio das jovens e suspira pelo seu verdadeiro amor, em cujos olhos pensa ter vislumbrado uma furtiva lágrima. Adina aproxima-se e entrega a Nemorino o papel que o resgata do serviço militar.


A contenção de Adina o faz pensar que não é correspondido e, decepcionado por não receber a desejada declaração amorosa, recusa a oferta: antes morrer soldado que viver sem ser amado. O gesto de Nemorino revela a paixão que ainda o consome. Os dois jovens confessam finalmente o amor que sentem. Belcore surpreende os dois amantes, mas, recomposto do espanto inicial, decide partir para novas aventuras. Dulcamara informa Nemorino sobre a morte do tio e sobre a existência da herança.


Aclamado por todos como herói, num clima de jubilo generalizado, o ‘Doutor' Dulcamara prepara-se para abandonar a região, não sem antes voltar a propagandear os méritos do irresistível elixir que concede saúde, beleza, alegria, fortuna e ouro. Arquétipo do charlatão, Dulcamara, com o seu exuberante e contagiante discurso tem o poder de encantar e granjear a simpatia geral. O seu elixir, um excelente vinho, acaba por funcionar como um real libertador de paixões e, ao fazer emergir os sentimentos mais íntimos dos personagens, abre-lhes caminho para a felicidade.

Ficha Técnica
 
Direção Musical e Regência: Maestro Emiliano Patarra
Direção Cênica e Iluminação:  Iacov Hillel
Regente do Coro: Maestro Vanildo Monteiro
Cenografia: José de Anchieta
Figurino: Hélio Alvarez
Coreografia: Ana Unger e Aline Dias
Visagismo: André Ramos
Supervisão Artística: Gilberto Chaves

 

Elenco

NEMORINO, lavrador, simples e apaixonado por Adina (tenor) - Atalla Ayan
ADINA, rica e caprichosa agricultora (soprano) - Carmen Monarcha
BELCORE, sargento (barítono) - Homero Velho
DULCAMARA, médico ambulante (baixo) - Saulo Javan
GIANETTA, camponesa, soprano - Ione Carvalho
MORETTO, ator -  Carlos Vera Cruz
Orquestra Jovem Vale Música
Coral Lírico do Festival de Ópera do Theatro da Paz.
Bailarinas da Cia de Dança Ana Unger:  Ana Karina Rodrigues, Camila Ohashi, Dayane Dourado,Jean Silva, Mike Cordeiro, Paulo Dias, Reinaldo Alves, Tarcila Mendes.
 
Serviço: XII Festival de Ópera do Theatro da Paz.
Venda de ingressos na bilheteria do teatro.
 
Horários:
Segunda a sexta-feira – 09h às 18h
Aos sábados – 08h às 14h
Domingos – 08h às 12h
Nos dias de espetáculo até às 20h.
Informações pelo (91) 4009-8750.

 

Com informações da Agência Pará.

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