Lembranças de um poeta

Escritores se unem para lembrar um ano sem o poeta Luiz Carlos França com relançamento de livro

24/06/2011 15:40 / Por: Por Luiza Cabral / Fotos Divulgação
Lembranças de um poeta
Luiz Carlos França: amigos relançam obra que passeia pelo gótico e o urbano

Em junho do ano passado os artistas paraenses estavam em luto. No dia 30 daquele mês falecia o poeta Luiz Carlos França, conhecido pela boemia e arte, traço característico da maioria dos grandes escritores. Agora, um ano depois de sua partida, nada mais justo que uma grande homenagem: na noite da última quarta-feira (22), amigos e admiradores relançaram seu último trabalho, o livro “Boca de Ferro”, lançado pouco antes de sua morte. O evento simbólico, que aconteceu no bar do Rubão, serviu para relembrar a importância da emblemática figura do poeta para a cena local.
 

Como todo bom apreciador da poesia e da agitação da noite, o poeta Luiz Carlos França era presença comum em tradicionais bares da cidade, reduto de intelectuais e artistas. Neste meio, se destacou ao movimentar os espaços que frequentava com saraus. A escritora Josette Lassance, amiga e parceira de trabalho, não esquece as manifestações de amor à literatura que marcam essa história. “Tínhamos um projeto, o ‘Sarau Bar em Bar’, que circulava por pontos da cidade. A ideia era fazer com que espaços frequentados por produtores culturais respirassem arte. Ali, todos podiam mostrar seu trabalho”, lembra.

 

Poesia contemporânea

 

Além de articular uma rede de saraus, que reunia grandes artistas e movimentou os bares tradicionais em 2009 e 2010, Luiz Carlos também é autor de livros importantes da poesia contemporânea paraense.  “Sangrado Coração de Poeta” (2000/2001), “Olhar do Dragão” (2002), “Poemas de Miriti” (2006) e “Boca de Ferro” (2010) fazem parte da bagagem literária do autor. Além de escrever poesias, Luiz Carlos também escreveu para o teatro, linguagem que ele admirava e que exercitou.  “Luiz não ficava parado. Estava sempre em busca de novos desafios”, afirma a escritora, que, com ele, integrou o grupo literário “Quatro Elementos”.
 

O livro “Boca de Ferro”, cuja publicação saiu graças a patrocínios da lei estadual Semear, caiu no gosto dos amantes da poesia. Com um formato de bolso, o próprio título da obra diz muito sobre seu espírito. “Boca de Ferro” é o nome dado às rádios populares que se alastram por meio de alto-falantes nos postes. Para muitos entusiastas da produção literária paraense, em seu último trabalho Luiz Carlos se mostra um escritor maduro. “Ele se mostra plenamente nesta obra. É uma despedida à altura do talento de Luiz”, avalia Josette.

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