Livro sobre o TP fala da Belém de ontem e de hoje

Lançamento da obra baseada em fotografias e depoimentos de personalidades sobre a história do Theatro da Paz reuniu diversos artistas da cidade.

25/03/2013 16:43 / Por: Agência Pará de Notícias
Livro sobre o TP fala da Belém de ontem e de hoje

"Todas as noites são histórias, mas talvez, essa seja mais histórica do que as outras", declarou o secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves, em sua fala durante o lançamento do 5o volume da Série Restauro, realizada na noite desta quinta, 21, no hall nobre do Theatro da Paz. A publicação, que tem como tema o próprio e monumental teatro, e de mais de 500 páginas, trouxe ao evento várias pessoas ligadas às artes de um modo geral, incluindo a viúva, Marena, e o filho do historiador Vicente Salles, recentemente falecido, e que assina um importante capítulo do livro. Os convidados participaram ainda de um coquetel e de um sarau de piano e voz com Ana Maria Adade e Luciana Tavares.

"Nada no campo do conhecimento se esgota, mas este livro é praticamente um depoimento definitivo sobre esta casa", discursou Gilberto Chaves, membro-fundador da Academia Paraense de Música e que, na ocasião, representou a presidente da entidade, Eliana Cutrim. "Esse trabalho é histórico para a nossa geração e também para as que virão. Além do restauro de 2001 e 2002, completamente documentado, são fotos maravilhosas que remetem a uma Belém de outros tempos. Eu espero que mais parcerias assim se estabeleçam entre a Secult e a APM", explicou, referindo-se ao convênio que uniu a academia e a secretaria em prol da materialização do projeto.

As intervenções que fecharam o Theatro da Paz por pouco mais de dois anos serviram de ponto de partida para a catalogação dos documentos, mas não são o único foco do trabalho. "Aqui se escreve sobre essa construção, sobre a necessidade de existir um teatro desse porte. As conspirações, as brigas internas e outros detalhes que suplantam esse tipo de obra", detalhou Gilberto. Vicente Salles, Benedito Lima de Toledo, Allan Watrin Coelho, Fabiano Bastos Moraes e o próprio Gilberto assinam os capítulos de mais esse número da Série Restauro. "Nele ainda há a glória de ter um capítulo escrito por Vicente, que é, ouso dizer, insubstituível. Não creio que teremos outra pessoa que contribua tanto para a nossa música, para a nossa cultura", afirmou.


Paulo Chaves enfatizou que o livro, apesar de remeter a outras épocas na cidade de Belém, não é nostálgico. "Quando o Vicente Salles, por exemplo, faz um capítulo que é uma verdadeira garimpagem na memória paraense, ele está sendo crítico, porque acaba mostrando que perdemos qualidade de vida, a emoção de sentir a cidade", expôs o secretário. "Vivemos em uma Belém que, assim como outras cidades do Brasil, da América Latina, não se planejou pra crescer. Vivemos da memória mecânica, de ir de um local a outro com medo, de vidros fechados, sem podermos desfrutar das construções, dos sons e cheiros do caminho. E não me refiro só ao centro, na periferia é a mesma coisa, só que com miséria. O livro denuncia a amorosidade que perdemos pela nossa cidade", analisou.

"Hangar, Feliz Lusitânia, Parque da Residência e outras obras gestadas por esta secretaria e que ainda serão gestadas, como o Amazonário do Parque do Utinga, eu considero tão importantes quanto o lançamento deste material", admitiu Chaves. "Ele remete à Belle Époque, a discussões muito interessantes, e ao embrião dessa história toda, que é o restauro, o qual modestamente eu considero o segundo mais importante da história desse teatro. Eu apenas sequestrei para mim e para a Rosario Lima, que coordenou o projeto junto comigo, a titulagem desse vasto material. Foi um trabalho feito a muitas mãos e ideias", revelou.

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