Os bastidores do Rock in Rio

Em entrevista exclusiva, Roberta Medina, organizadora do Rock in Rio, conta quais são as ideias que norteiam a preparação de um dos maiores festivais do mundo.

30/06/2011 16:04 / Por: Luiza Cabral/Tyara La-Rocque/ Foto: divulgação
Os bastidores do Rock in Rio

A contagem regressiva para um dos maiores festivais de música do mundo, o Rock in Rio, está quase terminando. Do dia 23 de setembro a 2 de outubro, aproximadamente 600 mil pessoas passarão pela cidade do Rock, situada na capital carioca, e assistirão a shows nacionais e internacionais, nos mais diversos estilos musicais. Por trás do evento grandioso, que já está com ingressos esgotados, uma equipe frenética trabalha para que esta edição, que marca a volta do festival ao país, seja inesquecível.

Em entrevista exclusiva ao site da Revista Leal Moreira, Roberta Medina, filha do idealizador do festival e vice-presidente da organização Rock in Rio, fala sobre as minúcias desta grande celebração pela música, das novidades no espaço físico ao conceito de sustentabilidade que rege o festival. Confira:

Site Revista Leal Moreira – O Rock in Rio volta ao Brasil após 10 anos. Quais as principais mudanças, tanto na estrutura física da Cidade do Rock como nas atrações de 2011, que o público brasileiro poderá notar?

Roberta Medina:Em 2011, o Rock in Rio trará diversas novidades. O público brasileiro ainda não conhece a 'nova' Cidade do Rock, que além de ser um espaço único, preparado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, se transformou, ao longo das edições internacionais, em um grande parque temático da música. Assim como acontece em Portugal e Espanha, o maior evento de música e entretenimento do mundo abriga o Palco Mundo (palco onde se apresentarão as maiores bandas internacionais e nacionais), Sunset (palco voltado a encontros únicos de artistas nacionais e internacionais de renome), Eletrônica (com os melhores DJs do mundo) e ainda a Rock Street (rua inspirada em Nova Orleans, que terá shows de jazz e artistas de rua como estátuas vivas, caricaturista, sapateador, entre outros), shopping com 30 lojas, tirolesa, roda-gigante, kaboon e montanha-russa. O ingresso diário do festival dá acesso a todas estas atrações.  

SRLM – Com o tempo, a diversidade musical no Rock in Rio cresceu. Em edições anteriores, por exemplo, Ivete Sangalo, Sandy e Junior, Elba Ramalho, Alejandro Sanz, Ben Harper fizeram parte do evento. Este ano, artistas do Blues e Jazz irão ganhar mais visibilidade no festival. Como você analisa esse "passeio" por variados estilos musicais num mesmo evento?

RM – O Rock in Rio, desde a primeira edição em 1985, se dirige a um público de diversas faixas etárias e com perfil distinto de consumo. O 'rock' presente na marca Rock in Rio refere-se ao espírito roqueiro que é pró-ativo, otimista e engajado. A proposta do Rock in Rio é o convívio em paz entre as pessoas, pessoas de qualquer estilo ou gosto musical. O que fazemos é variar o estilo musical de dia para dia para não juntar públicos com atitude muito diferente entre si, mas buscando atender a todos.

SRLM – Falando em Blues e Jazz, como surgiu a ideia do Rockstreet?

RM – A Rock Street foi uma ideia do Roberto, que quis trazer o clima de Nova Orleans para dentro da Cidade do Rock. Vai ser uma das grandes surpresas do evento.

SRLM – Nessa próxima edição, músicos do circuito independente como Cidadão Instigado, de Fortaleza, e Karina Buhr, de Recife, estarão marcando presença no palco Sunset do festival. Como você vê o incentivo para quem está dando os primeiros passos no mercado da música?

RM – O Rock in Rio é um palco de grande oportunidade para qualquer talento, novo ou veterano. Pelo volume de pessoas impactadas pela sua comunicação, dentro e fora da Cidade do Rock, se torna em uma boa plataforma de lançamentos de novos talentos ou de novos trabalhos.

SRLM – O Rock in Rio é um festival que atrai pessoas de todo país, inclusive o público paraense. Nesse contexto de sustentabilidade que o festival propõe, você tem alguma mensagem para as pessoas que moram na Amazônia e irão participar do evento?

RM – Quem vem de longe para o Rock in Rio pode compensar as emissões de CO2 do seu voo; se forem aventureiros podem vir de ônibus ou de carro, neste caso até em grupo para poupar não só as emissões de CO2, mas também os custos da viagem. Dentro da Cidade do Rio de Janeiro, a sugestão é optar apenas por transportes públicos; não dirigir se beber; não jogar lixo no chão. Dentro da Cidade do Rock, descartar o lixo corretamente nas latas de lixo de coleta seletiva. Na visita ao Rio, as pessoas podem optar por visitar algumas das Comunidades Pacificadas. Gerar consumo ali dentro também é uma forma de contribuir com o desenvolvimento da sociedade. Se ficarem em hotel, ter atenção ao desperdício de água e luz, e não colocarem as toalhas para lavar todos os dias. Gentileza e educação também fazem parte de um mundo mais sustentável.

SRLM – O que significa a marca Rock in Rio, atualmente, ser a maior marca de um evento de música do mundo?

RM – O objetivo do Rock in Rio é ser uma marca global de música, ser para a música o que a Copa do Mundo é para o futebol. Isso inclui o volume de pessoas que o evento mobiliza, o volume de empregos diretos e indiretos que gera, a sua contribuição socio-ambiental ativa, o impacto econômico positivo que gera para as cidades que o recebem e para o mercado do turismo e entretenimento em geral. É uma soma de vários fatores que fez o Rock in Rio, ao longo dos seus 26 anos de história, se tornar no maior evento de entretenimento e música do mundo.

SRLM – Quais são as expectativas para esta edição do Festival?

RM – Acho que o público vai se surpreender com o que encontrará na Cidade do Rock, que agora conta com muitas novidades. Tenho certeza que será mais uma experiência inesquecível.

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