Beleza roubada

A superexposição nas redes virtuais gera discussões acaloradas sobre os pontos negativos das mídias contemporâneas. A fotógrafa Flavya Mutran, com muita sensibilidade, apropriou-se da temática para realizar um trabalho inusitado. Na exposição “Pretérito Imperfeito de Territórios Móveis”, a artista apresenta intervenções originais em imagens que passeiam pela internet. O salão abre nesta quarta-feira, 9 de novembro, no Espaço Cultural Banco da Amazônia.

As imagens que enchem a tela do computador de rostos e expressões desconhecidos incitaram Flavya Mutran  a uma série de experimentações. A artista é conhecida por tentar sempre novas concepções fotográficas, e desta vez, fotografias postadas em álbuns digitais de outras pessoas inspiraram seu novo projeto.

As intervenções digitais foram transportadas para o ambiente físico. São aproximadamente 60 obras em suportes e tamanhos variados que misturam imagens feitas com base nas diferentes maneiras de explorar fotograficamente o rosto ou até mesmo a ausência dele, em três séries distintas: EGOSHOT, BIOSHOT e THERE’S NO PLACE LIKE 127.0.0.1 – elencadas de acordo com as formas do internauta se autorrepresentar na web.

Para compor seu novo trabalho, a fotógrafa selecionou imagens de ambientes virtuais de forma aleatória, mas que remetiam de alguma forma à maneira que ela mesma gosta de fotografar. Diante do seu computador e com a câmera em mãos, Flavya Mutran passou a fazer fotos com longas tomadas e velocidades muito baixas.  

Para a curadora da exposição, Vânia Leal, o constante interesse de Flavya Mutran pela pesquisa de imagens, sob a perspectiva fotográfica, fez com que a artista se aproximasse cada vez mais de temas em que a tecnologia é o conceito por trás de práticas contemporâneas de utilização da imagem.