A arte e a vida de Zoca; confira a nova Vitrine LiV

Artista contou sobre sua trajetória em entrevista

05/01/2024 16:24 / Por: Laylton Corpes / Fotos: Leonardo Lima
A arte e a vida de Zoca; confira a nova Vitrine LiV

Arquiteto, designer, artista visual. Entre as multifacetas de José Fernandes, o Zoca (como é conhecido no meio), possui uma grande história no meio artístico. Nascido em Belém, ele possui um ateliê no bairro da Cidade Velha, que entre seus diversos projetos, também se divide na produção de uma papelaria artesanal onde são produzidos cadernos, agendas e outros itens que são um verdadeiro charme, o Papel da Amazônia.


Com ar descontraído, Zoca recebeu a equipe da LIV em seu espaço, e compartilhou com a LiV um pouco de sua trajetória, projetos pessoais e mais. Confira na entrevista.


A sua arte tem uma forte relação com a arquitetura. Pode falar pra gente sobre esse vínculo?


São vários os motivos para ter esse vínculo, falando a verdade. Primeiro, por ter uma relação com a cidade [de Belém] e com a paisagem urbana, de uma maneira geral. Outro motivo é por eu ser arquiteto de formação. Já morei na Cidade Velha, trabalhei em órgãos que cuidam do patrimônio histórico, e fiz um mestrado onde estudei a paisagem urbana, e de fato, tudo isso acabou refletindo no meu trabalho.


Como se dá o seu processo criativo?


Eu bebo de todas essas fontes de inspiração da cidade. Muito do que ela é também são as pessoas, as relações humanas e que constroem essa escultura gigante que é a cidade. Então, tem todas essas influências, e elas aparecem nos meus desenhos e nas pinturas. Quanto à execução, é uma coisa muito diária. Às vezes a gente ouve falar que, na produção artística tem aquilo do momento e da inspiração. No meu caso, acho que pelo desenho estar muito presente no meu dia a dia, é algo muito natural e cotidiano. No meu tempo disponível, estou sempre produzindo.


O que é o Papel da Amazônia?


O Papel da Amazônia é uma empresa que funciona nesse espaço aqui [do Ateliê]. Primeiramente, ela é uma produção de papel artesanal feito de fibras naturais da Amazônia. Uma série de elementos que seriam resíduos sólidos, como o bagaço da cana de açúcar e a vassoura de açaí, são processados e misturados a uma fibra vegetal, que é o curauá, e desse processo nós produzimos o papel que é comercializado aqui. A partir daí, nós também começamos um ateliê de design, já que desse papel nós conseguimos fabricar vários objetos, como luminárias, biombos, cadernos e todo material que nós temos. 


Como você se vê sendo um artista da Amazônia?


Como falei antes, são diversas as associações e minha arte está intrinsecamente ligada à cidade. O meu trabalho também possui essa relação forte com a região, e acho que ela se dá nesse contexto mais urbano e com esse elemento da figura humana. 


O que define a sua arte hoje?


Acho que o que mais me define é essa multiplicidade de fatores. Um lado meu está mais voltado para o design, a arquitetura e o meio ambiente. Também tem esse lado pessoal, de algo que sempre esteve envolvido comigo, e aí eu acho que entram as minhas memórias, relações afetivas que se tornaram o cerne do meu trabalho. 


Quem é o Zoca?


O Zoca é um pouco de tudo isso o que eu falei (risos). No quesito profissional, uma pessoa que sempre, quase todos os dias, esteve desenhando, pintando e que tem uma relação familiar com arte. Já na questão pessoal, acho que um indivíduo muito envolvido com essa região, e com uma vida muito familiar. Mais ou menos por aí (risos).


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