A beleza no cotidiano vista por Felipe Ferreira

Artista conversou com a LiV e é nossa mais nova vitrine

05/09/2023 15:35 / Por: Laylton Corpes / Fotos: Leonardo Lima
A beleza no cotidiano vista por Felipe Ferreira

A arte de Felipe Ferreira, muitas vezes, parece se unir com a sua formação acadêmica. O artista, que é formado em Arquitetura e Urbanismo, atualmente se dedica às artes visuais e propõe, por meio de seu trabalho, um exercício do olhar sobre a capital paraense, seu valor histórico, curvas e retas e tudo o que, rotineiramente, pode passar despercebido sob passos apressados. 


Mas se engana quem pensa que as telas do artista se restringem a sua experiência na arquitetura. Muito do seu acervo também traz memórias pessoais, e também de suas andanças por diversas regiões do Pará. A sensação é de que, quadro a quadro, uma história está sendo contada. O cotidiano das cidades, das famílias classe média e um quê de aconchego, é percebido pela sua arte.



Nascido e residente em Belém do Pará, Felipe Ferreira compõe a mais nova Vitrine LiV, e conversou conosco sobre inspirações, suas exposições individuais e mais. Confira:


Em sua segunda exposição individual “Última tarde”, você aprofunda suas relações com a pintura, memória e lugar. Poderia falar um pouco mais sobre as inspirações desse seu trabalho?


As inspirações desse trabalho são principalmente um desdobramento da primeira exposição que tive em 2021, “Memorabilia”. Esse desdobramento passou a existir quando achei que seria o momento de expandir a pesquisa que comecei a desenvolver na primeira exposição. Essa era muito voltada para espaços internos da casa, já a segunda exposição foi para uma visão panorâmica da cidade, desenvolvendo essa relação que tenho como uma pessoa que mora no centro histórico da cidade, que é urbanista e arquiteto, e consegue enxergar a cidade de uma outra forma. Basicamente é isso, ela parte de expansão dessa minha pesquisa que vinha iniciada lá no início de 2020, 2021, mais ou menos.


O que mais te encanta em Belém? O que inspira suas obras?


Minha inspiração na cidade é principalmente a forma com que ela se organiza. Falando historicamente dessa evolução da cidade, a expansão do centro histórico e como ela começa a crescer, a gente observa que as construções, os prédios, seja residencial, comercial, a cidade vai progredindo de outras formas e isso é algo que me chama muito a atenção desde o período da graduação. Quando eu começo a analisar essas modificações que a cidade tem conforme a área que se está andando, esse tipo de coisa me atrai.


Como foi que aconteceu a exposição “Memorabilia”? Quais foram os sentimentos de lançar uma exposição em plena pandemia?


A “Memorabilia” foi importante para mim em diversos aspectos. Primeiro, por ser a minha primeira exposição individual, que foi pequena, num espaço pequeno também e tudo meio que funcionou de uma forma experimental mesmo, sabe? De fazer entender como era organizar uma exposição, o que precisava para fazer tudo minimamente conforme deve ser e tudo o mais. Contei com a ajuda de várias pessoas que são muito importantes para mim, o próprio espaço, que foi o Rebujo, o curador, que foi o Mateus Nunes, me ajudou muito e também está presente nessa exposição mais recente também. A gente decidiu fazer a exposição principalmente depois que eu perdi o meu avô, em 2021. Eu fiquei muito mexido com toda a situação e comecei a mexer em álbuns de família, ver fotografias antigas, e naquele momento começaram a surgir as pinturas da exposição “Memorabilia”. Comecei a desenhar casas que morei na infância, surgiram os trabalhos neste momento em que eu estava muito voltado para a história da minha família e de alguma forma, queria colocar isso para fora. Era um momento muito oportuno também, que algumas coisas estavam começando a funcionar, tendo mais fluxo de pessoas, enfim, as coisas foram se encaminhando para que tudo desse certo no momento em que aconteceu, que foi mais ou menos no final de 2021.


Algum futuro projeto em mente?


Tenho uma exposição finalizada em São Luís, agora em outubro tenho outra que abrirá em Goiás, e acho que final de outubro ou novembro, tenho a Bienal do Sertão, que será no Ceará. Esse momento agora é de fazer com que minhas obras circulem por alguns circuitos de arte do país. e futuramente pensar em uma individual também, mas isso provavelmente em 2024 ou 2025.


Você pode conferir mais do trabalho de Felipe Ferreira na Galeria abaixo ou acessando o site

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