Análise: Monarch - Legacy of Monsters e Monterverse

O monstruoso universo compartilhado do Godzilla

15/01/2024 18:59 / Por: Leonardo Lima
Análise: Monarch - Legacy of Monsters e Monterverse

Na última terça-feira (09), foi ao ar o último episódio da primeira temporada de Monarch: Legacy of Monsters, série da Apple TV+, em pareceria com a Legendary Pictures, que faz parte do Monsterverse, universo esse de filmes como Godzilla I e II, Kong: A Ilha da Caveira e Godzilla vs Kong.

Todo mundo já deve ter visto pelo menos algum filme do Gojira (nome japonês do Godzilla), seja no cinema, na TV ou brinquedo. A questão é que o rei dos monstros se tornou marca importante na cultura pop do Japão e mais tarde no mundo todo. Lançado em 1954, o filme Gojira é uma personificação do medo japonês de armas nucleares e seu tamanho, força e destruição são alusões às bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki. Ao longo dos anos, o lagarto gigante foi se popularizando a ponto de ser símbolo do Japão.


Em 2010 a Legendary anunciou que havia adquirido os direitos do personagem e tratou logo de encomendar sua versão do Rei dos Monstros. Em 2014 foi lançado nos cinemas Godzilla, que é um reboot/remake do filme de 1964 e trás os eventos que no original acontece no Japão, para o ocidente. Diversas mudanças aconteceram, que diferem essa versão, da versão original, a principal delas é a criação de uma empresa, a Monarch, que estuda criaturas como o Godzilla, que são chamados de Titãs. Existe também a Teoria da Terra Oca, que diz que o planeta Terra é oco e dentro dele existe um outro mundo, que é de onde esses Titãs vieram.


Além de Godzilla, existe outro Titã bastante conhecido na cultura pop, mais antigo que o próprio Gojira, seu nome é King Kong. Kong é uma criação inteiramente ocidental e sua primeira aparição foi em 1933, com seu próprio filme King Kong, desde então se tornou um ícone pop, ganhando outros filmes, animações e até histórias em quadrinhos. O gorila não dava as caras nos cinemas desde 2005, quando ganhou um remake pelo aclamado cineasta Peter Jackson, que foi chamado pela Warner pra produzir o longa, após o grande sucesso que teve na trilogia de O Senhor dos Anéis

Foi então que em 2017, a Legendary, em parceria com a Warner Bros, lançou Kong: A Ilha da Caveira, onde dão uma nova cara ao personagem, assim como uma nova história, dessa vez conectada diretamente com Godzilla de 2014. Na trama, o professor Bill Randa, da Monarch, decide fazer uma expedição até a Ilha da Caveira, um lugar que até então nunca tinha sido visitado antes. Randa foi um grande defensor da teoria da Terra Oca e isso que o levou até a Ilha da Caveira e até Kong.


Em 2019, Godzilla retorna aos cinemas em Godzilla II: King of Monsters, onde ele enfrenta uma horda de Titãs que estavam adormecidos e foram despertados por cientistas da Monarch. Um deles é a Mothra, que é um Titã fêmea que lembra muito uma mariposa e o outro é King Ghidorah, um Titã que tem a aparência de um dragão de três cabeças.


Acharam que só a Marvel fazia universo compartilhado?! Pois a Legendary vinha montando o seu aos poucos, até chegar aqui, o maior embate de todos os tempos, Godzilla vs Kong, lançado em 2021 e foi um sucesso de bilheteria e público, mobilizando toda a internet e redes sociais, gerando diversos memes à respeito do filme.



Após todo esse apanhado de informações sobre o Monsterverse, finalmente chegamos até Monarch: Legacy of Monsters. A série se passa em dois momentos, passado e presente e acompanha um grupo de três pessoas, o professor Bill Randa, a cientista Keiko Miura e o tenente do exército Lee Shaw, interpretado tanto por Kurt Russell na sua versão do presente, quanto por seu filho Wyatt Russell, em sua versão jovem do passado e mostra a criação da Monarch e o primeiro contato com Godzilla. Já no presente, seguimos o trio de protagonistas, formados por Kentaro Randa, Cate Randa e May, que estão à procura de Hiroshi Randa, pai de Kentaro e Cate e filho de Bill e Keiko, que está supostamente morto.

A série explora bastante do universo de monstros da Legendary, explica mais sobre os Titãs e sobre a Terra Oca e se conecta diretamente com os filmes, principalmente em relação a Monarch, que aqui é um ponto importantíssimo da trama. Eles estão tentando impedir que mais Titãs venham ao nosso mundo e monitoram fendas por todo o mundo, que levam até o mundo deles ao mesmo tempo, no passado, é mostrado como a Dra. Keiko, juntamente com o professor Randa e Lee Shaw, tentam provar a existência não só do Godzilla, como de vários outros seres iguais a ele.



Os pontos fortes da série são desde atuações incríveis do núcleo do passado, até o roteiro muito bem amarrado com os filmes e com a própria série, até o cgi cinematográfico, os visuais dos Titãs e lutas de tirar o fôlego, como a do episódio 10, entre Godzilla e outro Titã. Enquanto isso, um dos pontos fracos da série é o núcleo do presente, principalmente o trio principal, que parece não ter muita química entre si, mas que são salvos pela adição de Kurt Russell ao grupo, que é um monstro na atuação.



Diversas lacunas que haviam nos filmes foram preenchidas aqui e pra quem é fã do Monsterverse, vai ser um deleite de assistir.

Monarch: Legacy of Monsters já está completa com 10 episódios na Apple TV+.

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