Percy Jackson e os Olimpianos - Análise

A era das fantasias está de volta

31/01/2024 18:40
Percy Jackson e os Olimpianos - Análise

A era dos heróis começou a perder força e com isso outros gêneros foram ganhando destaque, um deles é a fantasia. Já tivemos uma série de Senhor dos Anéis e um spin off de Game of Thrones, tivemos também uma nova animação de He-Man feita pela Netflix e uma adaptação do jogo de RPG Dungeons & Dragons nos cinemas. Com isso a Disney também resolveu entrar nessa onda e lançou sua nova série de fantasia.

E se você soubesse que os deuses gregos não são apenas lendas e ainda existissem no nosso mundo? E se além disso tudo, você descobrisse que é filho de um deus? Bom, é o que acontece com Percy Jackson, protagonista da mais nova série do Disney+ e que também dá título à série. Percy Jackson e o Ladrão de Raios é mais uma tentativa de adaptar a obra do escritor Rick Riordan, que teve uma adaptação pros cinemas em 2010, uma sequência em 2013 e em 2023, ganhou uma nova adaptação em formato de série.


A trama segue a história de Percy Jackson, um garoto de 12 anos que até então tinha uma vida normal, até descobrir que os mitos gregos são reais e que ele é um meio-sangue, filho de um deus. Percy tem um companheiro fiel, seu amigo Grover, que se revela ser um sátiro, mistura de homem e bode, que o leva até o Acampamento Meio-Sangue, um lugar onde os semideuses são levados para treinar e ficar em segurança de todo tipo de criatura mitológica. Chegando lá, Percy conhece Annabeth Chase, uma meio-sangue e filha da deusa Atena e também descobre que é filho de um dos três grandes, o deus dos oceanos e das marés, Poseidon.

A caminho do Acampamento Meio-Sangue, Percy, sua mãe Sally e Grover são perseguidos pelo Minotauro e a mãe de Percy é supostamente morta e já no acampamento, Percy descobre que o raio mestre de Zeus foi roubado e que sua mãe não morreu, mas foi levada pelo deus Hades ao submundo, é então que Percy é escolhido para sair em uma missão para recuperar o raio roubado de Zeus antes do solstício de verão ou haverá uma guerra, juntamente de Grover e Annabeth.


A série foi roteirizada pelo próprio autor, porém Riordan não é um roteirista e sim um escritor e isso pesou durante a série, que parte do mesmo princípio do livro, porém em um ritmo completamente acelerado, tropeçando em seu próprio enredo. Em muitos momentos Rick escreveu a série como se fosse um livro, colocando bastante diálogos explicativos, que seria facilmente resolvido de forma visual e daria mais dinâmica aos episódios, que inclusive possuem cortes bruscos que gerou muito estranhamento, ainda mais sendo uma série da Disney.

Enquanto na adaptação para o cinema, onde Percy (vivido pelo ator Logan Lerman) tinha 16 anos, aqui eles acertaram quando o personagem tem a mesma idade do que no livro, que é 12 anos e a escalação do ator Walker Scobell também foi certeira, pois ele tem um ano a mais que o protagonista e encaixou perfeitamente no papel, não só ele, mas os outros atores também caíram como uma luva, principalmente Annabeth, que na primeira versão foi interpretada por Alexandra Daddario e aqui é interpretada fielmente pela atriz estreante Leah Jffries e por fim, Grover, que foi interpretado pelo ator e cantor Brandon T. Jones nos cinemas, aqui foi interpretado por Aryan Simhadri.


Percy Jackson e os Olimpianos prometeu dar uma nova cara às produções de fantasia, mas infelizmente naufraga no meio do caminho, entregando uma série promissora, porém sem carisma, com uma direção fraca e diálogos explicativos demais e que provam que os autores nem sempre devem escrever os roteiros de adaptações de suas próprias obras.

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