Walda Marques: olhar feminino

No estúdio que funciona em uma casa centenária e cheia de memória, a fotógrafa clica os famosos retratos.

14/12/2021 13:23
Walda Marques: olhar feminino

Desde criança, Walda Marques é apaixonada pela fotografia. A fotógrafa conta que na infância brincava no quarto onde a irmã mais velha, a bailarina e professora universitária Mariana Kellermann, se maquiava e aos 18 anos foi ser maquiadora em salões de beleza. Das amigas imaginárias do espelho, o salão virou um estudo de muitas personagens. “Ali, senti que a maquiagem iria abrir portas para o teatro, para a televisão e para os estúdios fotográficos, pois no futuro começo a fazer meus retratos com base nessa fonte”.


No final dos anos 80, Walda ingressou na TV Cultura do Pará como maquiadora, figurinista e também compondo personagens e suas caracterizações. Nessa mesma época, descobriu o teatro e saiu dos bastidores. Atuou como atriz nos palcos e em frente às câmeras de TV. A fotografia profissional veio logo depois e uniu todo esse universo. Foi no estúdio do fotógrafo Luiz Braga, que Walda iniciou na produção de fotos. Mais tarde, na Fotoativa, do fotógrafo Miguel Chikaoka, seus olhos se abriram para esse mundo de captar a emoção pelas lentes das câmeras fotográficas. Nos anos 90, nasceu a WO fotografia, estúdio criado em parceria com o fotógrafo Octavio Cardoso. Foi nesse ano que Walda fez a primeira exposição, “Maria tira a máscara que eu quero te ver'' (1992).


“Já focada nas mulheres, deixo nessas imagens gravadas com a luz, toda a minha teatralidade, a trajetória dos caminhos onde descobri em cada história a ludicidade, que fica presente em todos os meus trabalhos”.

O tempo passou, e até hoje a fotógrafa faz os famosos retratos, área em que se especializou, mas sem esquecer o trabalho autoral e mais artístico. Com um olhar feminino, Walda fotografa em casa, no estúdio que guarda a memória de um trabalho singular.” Faço tudo no estúdio, maquiagem, figurinos, a relação fica mais próxima, mas é fundamental e tento de todas as maneiras não me auto fotografar nos retratados, procuro tirar tudo que posso para ter melhor resultado, costumo trabalhar mostrando que o corpo pode ser seguido pela emoção”.


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