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Joalheria do futuro: artesãs transformam elementos da floresta em biojoias com apoio da mineração responsável

No coração da Amazônia, mãos femininas transformam sementes, fibras e alumínio reciclado em biojoias que carregam histórias, tradição, inovação e beleza. Com apoio da Hydro, artesãs paraenses foram qualificadas para criar peças únicas que unem sustentabilidade, bioeconomia, cultura, identidade e mineração responsável para dar vida à exposição Joias da Amazônia, desenvolvida pelo Instituto Elabora Social com a parceria institucional da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e da Jornada COP+.

Trançados de Arapiuns, sementes de jarina e paxiúba, palha de tucumã, caroço de açaí, madeira de manejo florestal e ouriço da castanha foram algumas das matérias-primas utilizadas para a confecção das biojoias que, somadas ao alumínio reciclado oriundo de ferros-velhos, imprimem beleza e exclusividade em peças que criam a joalheria do futuro.

Quatorze artesãs e designers de joias de vários municípios paraenses foram selecionadas para participar do projeto que, durante três meses, qualificou as profissionais com aulas sobre história da joalheria, gemologia e técnicas básicas e avançadas de ourivesaria para criação da coleção de biojoias a serem apresentadas na Casa SESI Indústria Criativa durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.

“A gente fez uma curadoria super cuidadosa e selecionou 14 artesãs, designers, mulheres de Belém, Ananindeua, mulheres urbanas, mas também mulheres quilombolas, ribeirinhas, mulheres de reservas extrativistas e cada uma trabalhou a sua manualidade”, compartilhou

Segundo ela, o cuidado na escolha de cada elemento para a criação das peças demonstra a potência de uma joalheria viva. “Na coleção, tudo que tem madeira é fruto de uma parceria com a Ebata Produtos Florestais, então a madeira toda vem de manejo florestal. A gente teve o cuidado de fazer essa conexão com biomateriais da floresta, com insumos naturais e com um olhar muito cuidadoso porque a gente acredita que essa é a joalheria do futuro. É uma joalheria viva, é uma joalheria feita por mãos femininas e uma joalheria amazônica”, apontou Nathalie.


Foto: Divulgação Instituto Elabora Social


Entre identidade, memória e criatividade, a artesã Aparecida Matos participou do projeto e desenvolveu um colar feito de jarina, uma semente da palmeira Phytelephas macrocarpa, conhecida como o marfim da Amazônia. As cores vibrantes, as disposições das sementes e os trançados escolhidos para a peça se completam entre propósito e beleza. 

“Aqui temos a semente de jarina que está tingida (ela não é pintada, é tingida por causa da rigidez); temos a canoinha, que é um fruto de uma trepadeira que a gente pode aproveitar, ou seja, a natureza descarta e a gente colhe no chão; a fibra de miriti, que é uma fibra natural; e o alumínio que usei umas folhas”, explicou Aparecida.


Aparecida Matos, artesã de Belém. (Foto: Luís Andrade)

Natural de Belém, Cida, como gosta de ser chamada, trabalha no ramo há mais de 10 anos. Proprietária da loja Tok Divino Criações, a empreendedora avaliou o projeto como uma oportunidade enriquecedora. “O projeto foi uma experiência que realmente representou muito para mim, como pessoa, e para a marca Tok Divino. Foi uma verdadeira troca de experiências, conhecimento… fazer parte da equipe, trocar saberes e técnicas agregou muito porque a gente não só se doou, como também recebeu. Aprendemos sobre precificação, venda, marketing e até a fazer fotos de qualidade que valorizem a nossa arte. Foi maravilhoso”, avaliou.

De acordo com o vice-presidente sênior de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro e diretor-executivo do Fundo Hydro, Eduardo Figueiredo, o projeto reforça o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável da Amazônia e das regiões onde atua. “Apoiar o ‘Joias da Amazônia’ é materializar nossa visão de desenvolvimento sustentável. Enxergamos na bioeconomia um vetor estratégico para o futuro da região. Ao patrocinar a capacitação dessas 14 mulheres (de diversas regiões do estado, incluindo comunidades quilombolas, ribeirinhas e extrativistas) em um contexto de COP, não apenas fomentamos o empreendedorismo, como demonstramos todo potencial da bioeconomia amazônica em produtos únicos. Esta iniciativa compõe nosso legado da COP30, demonstrando ao mundo que é possível aliar indústria, preservação ambiental e protagonismo feminino para gerar valor compartilhado e prosperidade duradoura nas comunidades onde atuamos”, afirmou.


Eduardo Figueiredo, vice-presidente sênior de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro e diretor-executivo do Fundo Hydro. (Foto: divulgação)


Alumínio, protagonismo feminino e bioeconomia - O trabalho com sementes, fibras e alumínio reciclado nas oficinas do projeto Joias da Amazônia vai além da criação de peças únicas: é uma experiência de transformação social, econômica e ambiental. Ao reutilizar alumínio e explorar insumos naturais da floresta de forma sustentável, o projeto reforça a economia circular, a bioeconomia amazônica e o protagonismo feminino, e mostra que é possível gerar valor sem comprometer o ecossistema local.

Para a Hydro, empresa líder em alumínio e energia renovável, apoiar esse tipo de projeto mostra o papel fundamental da sustentabilidade que alia tradição e inovação, além de contribuir para a meta global de responsabilidade social da empresa. “Investir na convergência entre saberes tradicionais e empreendedorismo é uma decisão estratégica que sustenta nossa meta global de responsabilidade social: contribuir para a educação e capacitação de 500 mil pessoas até 2030. Projetos como este são fundamentais porque transformam capital natural e cultural em autonomia financeira e dignidade. Ao instrumentalizar mulheres para gerir seus próprios negócios de biojoias, fortalecemos a economia circular e a manutenção da floresta em pé. Acreditamos que a união entre a técnica industrial e o conhecimento ancestral é a chave para um modelo de negócios inclusivo, que respeita a identidade local e impulsiona o desenvolvimento socioeconômico do Pará”, ressaltou Eduardo Figueiredo.

Comprometida com um futuro sustentável, a empresa transforma, desde 1905, recursos naturais em soluções e negócios relevantes de forma inovadora, criando um local de trabalho seguro para mais de 30 mil colaboradores em mais de 140 unidades e 40 países.

No Brasil, a Hydro está presente em toda a cadeia de valor do alumínio, com quase 7 mil empregados. Atuando desde a extração de bauxita, produção de energia renovável, refino de alumina, produção de alumínio e extrusão, oferece conhecimentos e competências únicas para indústrias da construção, automotiva e de embalagens, entre outras.

No Estado do Pará, a empresa reitera o compromisso por meio de iniciativas de desenvolvimento territorial, como explica o vice-presidente sênior de Sustentabilidade e Impacto Social. “Nosso compromisso com o desenvolvimento social no Pará é histórico, desde o início das operações da Hydro, no Brasil. Diversas iniciativas de desenvolvimento territorial são estruturadas em quatro eixos: Educação e Habilidades, Trabalho e Renda, Qualidade de Vida e Biodiversidade. Os projetos ocorrem por meio de investimentos diretos e compartilhados da Albras e da Alunorte, além de iniciativas estruturadas pelo Fundo Hydro e parceiros”, finalizou Eduardo Figueiredo.

Além da formação completa em ourivesaria e joalheria, a qualificação ofertada pelo Instituto Elabora Social dá suporte às participantes e garante transporte e alimentação durante toda a capacitação. Outro ponto importante do projeto é a empregabilidade. Segundo a diretora do Instituto, Nathalie Kuperman, a primeira turma formada alcançou 100% de empregabilidade, ou seja, todas as formandas têm oportunidades reais de trabalho, o que garante geração de renda e autonomia financeira.


Nathalie Kuperman, diretora e fundadora do Instituto Elabora Social. (Foto: Luís Andrade)

No projeto Joias da Amazônia, as artesãs paraenses receberam mais do que conhecimento. Por meio do projeto, suas artes ganharam visibilidade em exposições e pontos de venda de programações da COP30 em Belém como, por exemplo, a Green Zone, Sebrae e museus locais, reforçando a ideia de que as verdadeiras joias da Amazônia são elas. A iniciativa reforça, mais uma vez, que inovação e preservação ambiental podem (e devem) caminhar juntas para o fortalecimento da floresta e da comunidade local.


Foto: Divulgação Instituto Elabora Social