A Forbes divulgou uma lista com as 10 empresas mais inovadoras do Brasil, nesta quarta-feira (26). Segundo a revista de negócios, as empresas analisadas foram escolhidas pelo avanço tecnológico, aplicação inteligente de uma nova ferramenta (em geral IA), investimento massivo em pesquisa e desenvolvimento, novas formas de organizar a atividade.
Abaixo, confira a lista das 10 empresas mais inovadoras do Brasil e um pouco de suas histórias e objetivos.
Biotrop: Com centros no Brasil e unidades nos EUA, Europa e uma dezena de pedidos de patentes por ano, a empresa está na ponta da tecnologia da lavoura, com ênfase na agricultura tropical.
A Biotrop, que nasceu em 2018 e desenvolve bioinsumos como inoculantes, bioestimulantes e biofertilizantes, organiza a próxima etapa de crescimento com base em duas frentes complementares: o avanço em bioherbicidas e a consolidação do Brasil como centro global de inovação, produção e exportação de biológicos para a agricultura tropical.
Para inovar, a empresa sequencia microrganismos, analisa comunidades de solo e gera bases de dados sobre suas funções agronômicas. É a partir daí que a equipe de bioinformática modela relações entre perfil genético, condição de solo e desempenho em campo das soluções.
BYD: Rainha das baterias, a montadora está aliando suas inovações globais a invenções tipicamente brasileiras, como o híbrido plug-in flex.
Segundo a Forbes, foi neste ano que a BYD assumiu a liderança mundial no segmento de veículos elétricos. Entre janeiro e setembro, a gigante chinesa emplacou 1.605.903 carros elétricos, superando as 1.217.902 unidades da rival Tesla. Segundo a consultoria Counterpoint Research, a companhia deve fechar o ano como líder global em BEVs (veículos elétricos a bateria), com 15,7% de participação.
Em um segmento que tem por essência a missão de revolucionar a gigantesca indústria automobilística, é claro que esse sucesso tinha que ser ancorado em inovação acelerada. A estratégia foi de verticalização de processos e domínio de tecnologias-chave, especialmente baterias, área na qual a BYD é a segunda maior fabricante do mundo.
No Brasil, a BYD se firma como protagonista da transição energética local. A fábrica na Bahia, um complexo industrial equivalente a 645 campos de futebol, inaugurada em outubro, é símbolo dessa ambição. Construída em 15 meses, já emprega mais de 1.500 trabalhadores e prevê chegar a 20 mil empregos diretos e indiretos quando estiver totalmente consolidada. O investimento total soma R$ 5,5 bilhões, com capacidade inicial de produzir 150 mil veículos por ano, ampliando para 300 mil na segunda fase e 600 mil quando todo o complexo estiver em operação até 2031. A planta foi projetada para montar até oito modelos diferentes, reforçando a estratégia de nacionalização.
Embraer: Com seu sofisticado laboratório nas nuvens, a campeã aeronáutica lançou uma inovação que permite acelerar inventos e projetos.
Uma das empresas mais inovadoras do mundo, a Embraer está mandando para os ares um novo celeiro de tecnologia, aponta a Revista Forbes. Desde o início do ano, está em testes a Plataforma Demonstradora de Novas Tecnologias (PDNT), um laboratório voador que permite experimentar soluções aeronáuticas com menor risco, já que pode ser controlado remotamente, sem a presença de piloto.
Uma inovação em si, a iniciativa abre espaço para testar tecnologias de baixa e média maturidade, reduzindo custos e acelerando ciclos de pesquisa ao viabilizar ensaios em voo com mais frequência e flexibilidade. A proposta é ampliar a capacidade de avaliar sistemas em condições reais, encurtando o caminho entre o desenvolvimento em solo e a aplicação prática nas aeronaves.
EMS: Com um respeitável time de 800 pesquisadores, a farmacêutica apostou no desenvolvimento das primeiras canetas de GLP-1 inteiramente brasileiras para “engordar” vendas e lucros.
Somente entre janeiro e outubro deste ano, a empresa vendeu 360 milhões de unidades de medicamentos no país, um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O investimento em inovação é a principal explicação para esse resultado, que garantiu a liderança da empresa na corrida por alguns medicamentos no Brasil.
Todos os anos a EMS destina pelo menos 6% do faturamento para pesquisa e desenvolvimento (P&D), uma das maiores taxas do setor na América Latina.
Além do time de cientistas, a empresa aposta na inteligência artificial no processo de pesquisas, principalmente de peptídeos. A estrutura física da empresa também está em transformação. O plano é investir mais de R$ 1 bilhão nos próximos dois anos na ampliação e modernização das suas instalações, a começar por um novo laboratório, já este mês.
Para o ano que vem, a expectativa da EMS é pela queda, em março, da patente do Ozempic, o revolucionário medicamento para o tratamento de diabetes tipo 2 da norueguesa Novo Nordisk, feito com semaglutida, aponta a revista.
Grupo Campanelli: A fazenda em Altair criou um centro de inovação para monitorar 3,7 mil animais em testes de dietas, manejo e aditivos. O resultado? Uma pecuária turbinada.
Em Altair, município do interior paulista de cerca de 4 mil habitantes, o gado domina a paisagem. O número já era impressionante em 2019: a fazenda do Grupo Campanelli terminava a engorda de cerca de 30 mil animais. Em cinco anos, a quantidade quase quadruplicou, para 110 mil bovinos. Este ano, eles devem chegar a 130 mil. E, com a conclusão de um novo confinamento, a capacidade total vai subir para até 180 mil animais por ano a partir de 2026.
De todos esses, no entanto, 3,7 mil são considerados especiais e recebem uma atenção extraordinária. Eles fazem parte do CIC, o Centro de Inovação Campanelli. O CIC começou a sair do papel em 2019, dentro da estrutura de confinamento. Os animais da unidade experimental são destinados exclusivamente à pesquisa, com investimento estimado em cerca de R$ 6 mil por animal. É algo próximo de R$ 20 milhões imobilizados em gado voltado a experimentos.
A história do CIC acompanha a evolução do grupo, uma empresa familiar com atuação em cana, grãos e pecuária desde a década de 1980. O confinamento de gado nasceu para aliviar o pasto na seca e ganhou escala à medida que a empresa avançou em mecanização e agricultura de precisão. Quando a operação cresceu, surgiu a necessidade de testar aditivos, protocolos de manejo e dietas em grande volume.
O modelo incorpora ainda economia circular, com parte do esterco gerado no confinamento alimentando a Tello, fábrica de biofertilizantes instalada dentro da fazenda em 2024, em parceria com grupos do agronegócio, em um investimento de R$ 120 milhões. O biofertilizante retorna às áreas agrícolas, fechando o ciclo entre lavoura e pecuária e reduzindo custos de adubação.
O reforço financeiro mais recente vem de um projeto aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Uma linha de R$ 50 milhões será destinada à implantação de um laboratório próprio de ruminantes dentro do complexo de Altair, a partir de 2026, para acelerar análises e ampliar o controle sobre variáveis nutricionais e ambientais. (VO)
Isa Energia Brasil: Com IA para prever oscilações de consumo, uso de baterias em larga escala e análise automática de imagens capturadas por drones, a transmissora ganha eficiência no combate a apagões.
A Isa Energia Brasil é responsável pela transmissão de 95% da eletricidade no estado de São Paulo. De acordo com a Forbes, a companhia investiu R$ 150 milhões no primeiro sistema de armazenamento de energia em baterias em larga escala do país. Quando a demanda sobe repentinamente e ameaça provocar panes no sistema, a eletricidade armazenada em baterias na subestação de Registro, um dos municípios da região, é lançada na rede. Nos momentos em que a demanda se normaliza, as baterias são recarregadas.
Essa solução requer o uso intensivo de inteligência artificial para funcionar da maneira correta. Por exemplo, para acompanhar as oscilações da demanda em tempo real. E esse é apenas um dos exemplos em que a empresa, responsável pelo envio de 30% da eletricidade consumida no Brasil, está inovando para ganhar eficiência e previsibilidade em um negócio que passou décadas sem mudanças significativas.
MRV: Banheiros e cozinhas feitos em uma fábrica e encaixados na obra são uma das inovações que a maior incorporadora de capital aberto do país usa para ganhar eficiência.
Maior incorporadora listada em bolsa do Brasil, com faturamento de R$ 10,2 bilhões nos 12 meses até setembro de 2025, a MRV é um dos participantes mais relevantes na habitação popular.
Como constrói em grande escala, a MRV tem de manter processos e custos sob controle rigoroso. E é aí que a incorporadora concentra suas inovações: na automação e na digitalização das obras. Isso permite padronizar as construções e usar a chamada modelagem BIM (sigla para Building Information Modeling), que cria um modelo virtual da obra para permitir o cálculo de custos e a necessidade de material.
Além dos aspectos diretamente relacionados às obras, a MRV está tratando de acompanhar o ritmo de inovações obrigatórias para qualquer empresa. A mais recente é a Miag, um portal de IA generativa lançado em maio de 2024. O portal integra as informações de outros sistemas (como OpenAI, Google e Anthropic) e tem cerca de 100 assistentes virtuais para resolver problemas do negócio que vão da gestão de fornecedores até a avaliação de projetos.
Porto: Com a integração de operações em diversas áreas, a seguradora criou um ecossistema de serviços que aumenta sua eficiência e traz uma experiência mais completa aos clientes.
O ano de 2025 representou um ponto de virada para o Grupo Porto. Uma plataforma de IA analisou mais de 12 mil horas de chamadas e dados dos atendimentos para encontrar modos de tornar a operação mais eficiente. O resultado foi a integração de suas operações e a criação de um ecossistema de serviços que redefine sua atuação no mercado brasileiro. Trata- -se de unir seguros, saúde, banco e serviços em uma única lógica operacional, reposicionando a empresa como uma plataforma múltipla de soluções para clientes e parceiros, algo raro no setor.
A transformação central do período foi a reorganização em quatro verticais: Saúde, Banco, Seguros e Serviços, construída sobre uma arquitetura tecnológica que conecta dados, processos e atendimento. Esse modelo permitiu que a Porto unificasse jornadas e entregasse experiências mais completas. Segundo Luiz Arruda, vice-presidente comercial e de marketing, o avanço resulta da convergência entre estratégia, cultura interna e execução.
Não é um movimento estranho à cultura da Porto. Nos últimos 10 anos, a empresa tem se esmerado em conectar seus funcionários com startups, universidades e novas tecnologias por meio da aceleradora de empresas Oxigênio – várias das mais de 80 startups conectadas integram hoje a família da empresa.
Totvs: Integrar a inteligência artificial aos programas e processos da gestão e levar essa plataforma ao pulverizado setor de varejo é o grande salto da empresa em sua nova fase.
Ampliar o ecossistema e redefinir a estratégia de negócios em um momento de massificação da inteligência artificial tornou-se o principal desafio da Totvs no início de 2025. A companhia, fundada em 1983, iniciou um ciclo decisivo ao reorganizar sua estrutura, antes dividida entre Gestão, RD Station e Techfin, e incorporar, em julho, a Linx, maior desenvolvedora de tecnologia para o varejo do país, em uma aquisição de R$ 3,05 bilhões.
Segundo a Forbes, nos últimos três anos, a empresa destinou mais de R$ 3 bilhões às áreas de pesquisa e desenvolvimento. O avanço, segundo ele, está associado tanto à expansão geográfica quanto ao fortalecimento da receita. A atuação combinada das unidades trouxe maior escala comercial, mais velocidade na entrega de soluções digitais e presença ampliada em setores estratégicos. No terceiro trimestre, a receita líquida subiu 18%, alcançando R$ 1,6 bilhão, enquanto a receita recorrente avançou 21%.
Para 2026, a expectativa é manter o ritmo de investimentos e aprofundar a presença no varejo e em outros setores de grande capilaridade. Dennis reforça que a visão de longo prazo permanece inalterada.
Vulcabras: Em um centro de pesquisa com mais de 700 profissionais, a empresa investe em trazer tecnologia de ponta para a realidade brasileira, e acelera seu crescimento.
Na corrida que vem disputando, a Vulcabras parece ter encontrado o ritmo ideal da passada e avança como alguém que conhece a rota melhor do que os outros. A empresa brasileira de produtos esportivos, dona das marcas Olympikus, Mizuno e Under Armour, mantém um crescimento consistente há anos, que caminha de mãos dadas com a estratégia de inovação dos produtos.
A Vulcabras definitivamente está acelerando o passo para não perder posições, avaliou a Forbes. Em 2024, registrou o melhor resultado em mais de 70 anos de história. Foram 32 milhões de produtos comercializados. A receita líquida atingiu cerca de R$ 3,05 bilhões, o que representou crescimento aproximado de 8% em relação a 2023. E, nos primeiros nove meses deste ano, a empresa já cresceu 19% em relação ao ano anterior.
Para manter a dianteira, a empresa calcula ter investido cerca de R$ 1 bilhão nos últimos seis anos para impulsionar a inovação. Foi com essa estratégia que a Vulcabras lançou em 2022 uma das maiores inovações do setor: o Olympikus Corre Grafeno, o primeiro tênis de corrida do mundo com placa de grafeno para melhorar a propulsão, desenvolvido em parceria com a Universidade de Caxias do Sul.

Comentários
Neal Adams
July 21, 2022 at 8:24 pmGeeza show off show off pick your nose and blow off the BBC lavatory a blinding shot cack spend a penny bugger all mate brolly.
ReplyJim Séchen
July 21, 2022 at 10:44 pmThe little rotter my good sir faff about Charles bamboozled I such a fibber tomfoolery at public school.
ReplyJustin Case
July 21, 2022 at 17:44 pmThe little rotter my good sir faff about Charles bamboozled I such a fibber tomfoolery at public school.
Reply