Do centro histórico de Belém às praias do Marajó, passando pelas águas cristalinas do rio Tapajós e os mercados cheios de cores, cheiros e sabores, o Pará é um destino completo para quem busca viver experiências culturais autênticas e inesquecíveis. Com tanta riqueza, não faltam opções para quem visita o estado e busca conhecer uma cultura viva em cada detalhe.

Pensando nisso, a Revista LiV entrevistou duas mulheres que amam e conhecem muito bem esta terra abundante em saberes, tradições, fé, histórias e encantos amazônicos: a jornalista Tainá Aires, que já percorreu diversos cantos da Amazônia, e a influenciadora Dani Viaja, conhecida por compartilhar suas experiências regionais e gastronômicas desbravando os encantos do Pará.
Autoridades no assunto, Tainá e Dani compartilharam dicas de lugares que quem visita o Pará tem que conhecer! E, mais do que listar pontos turísticos, aqui você encontrará um guia que mostra como ir e porquê vale a pena visitar cada lugar, além das experiências que tornam a viagem única. Seja provar de um bom açaí com peixe frito no Ver-o-Peso, tomar banho de cheiro na ilha do Combu, visitar fazendas no Marajó, mergulhar em uma das praias mais bonitas do mundo em Alter do Chão ou curtir o pôr do sol em Mosqueiro, as sugestões revelam um Pará vivo, diverso e surpreendente.
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Confira a lista de lugares que são verdadeiras experiências sob o olhar de quem conhece o estado.
Ver-o-Peso, Belém - tradição, cores e sabores

Um dos principais pontos turísticos e comerciais de Belém, o Complexo do Ver-o-Peso é considerado a maior feira a céu aberto da América Latina. Localizado às margens da Baía do Guajará, no bairro da Campina, o ‘veropa’ - como é carinhosamente chamado pelos belenenses, é um complexo cultural e histórico que reflete a diversidade da cultura paraense.
E quando o assunto é experiência autêntica, Tainá e Dani não hesitam: o Ver-o-Peso é indispensável. Segundo Tainá Aires, é impossível falar do Pará e não citar o complexo. “No Ver-o-Peso é possível entender boa parte da nossa cultura. Nessa, que é a maior feira a céu aberto da América Latina, você encontra frutas, castanhas, farinha, mariscos, peixe, maniva, artesanato e até ervas amazônicas. Também é possível conversar com os feirantes - o que é quase que uma aula do que é ser a paraense. Além disso, as erveiras são uma experiência à parte, tanto pela simpatia quanto pela sabedoria ancestral. Por favor, não vá embora sem antes provar um peixe frito com açaí e ainda tomar um suco gelado de frutas regionais!”, diz.
Já Dani destaca a riqueza de vivências que o lugar proporciona. “O Vero Peso é a nossa expressão mais fidedigna de toda a região nordeste do Pará, podemos dizer assim. Os cheiros, os sabores, as caras, os sorrisos, a forma de falar, o barulho, o som, a beira do rio… Conhecer o Ver-o-Peso é algo que precisa estar na experiência da pessoa aqui em Belém. Se a pessoa tiver oportunidade, é muito bom que ela se permita experimentar as frutas típicas, sentar na beira do rio, tomar um suco lá nos boxes de suco, tomar um açaí com peixe frito almoçar com as boieiras, então é uma experiência pessoal estar ali, além de conhecer a nossa arquitetura que se reflete no Solar da Beira, no Mercado de Peixe, o Mercado de Ferro e o mercado de carne, que é o Bolonha.”
■ Experiência obrigatória: “No Ver-o-Peso, não deixaria de bater um papo com as erveiras e comprar os cheiros com nomes peculiares para, por exemplo, atrair dinheiro ou a pessoa amada. E, claro, ainda comer um peixe frito com açaí”, frisa Tainá.
■ Como chegar: Localizado na região central de Belém, o Ver-o-Peso é de fácil acesso. A melhor opção para você dependerá de onde você está na cidade e de sua preferência por comodidade ou economia. O movimento começa bem cedo, principalmente para a venda de peixe e açaí. Para uma experiência mais autêntica e tranquila, a recomendação é ir pela manhã.
Dica extra: O Ver-o-Peso fica próximo de outros pontos turísticos, como o Forte do Presépio e a Estação das Docas. Vale a pena encarar o percurso e vivenciar Belém de forma otimizada.
Ilha do Combu, Belém - riqueza amazônica

Conhecida por sua paisagem amazônica, com muitas palmeiras e casas de ribeirinhos, a ilha oferece uma experiência de imersão na cultura e na natureza da região.
Para Tainá Aires, quem vem ao Pará precisa visitar a ilha do Combu, afinal, tomar banho de rio e conhecer de perto a realidade e cultura ribeirinha é incrível. “A ilha do Combu é uma ótima opção para quem quer vivenciar o dia a dia das comunidades locais, na beira do rio. É possível participar de várias experiências, como trilhas; retirar, debulhar e degustar o tradicional açaí; participar de oficinas de biojóias; tomar banho de cheiro; conhecer o cultivo e preparo do chocolate nativo da Amazônia; além de restaurantes que servem peixes deliciosos preparados de diferentes formas. Tudo isso em meio a uma natureza exuberante. Ahh... e se você quiser estender o tempo por lá, o Combu já dispõe de hospedagens”, conta a jornalista.
■ Experiência obrigatória: No Combu, visitar a fábrica de chocolates da dona Nena e saborear um bom peixe nos restaurantes da ilha são experiências incríveis. “Não dá para deixar de visitar a fábrica de chocolate da dona Nena, uma ribeirinha, que encontrou no cacau uma fonte de renda e hoje é referência no estado e no Brasil. Por lá, você consegue acompanhar desde o cultivo até a preparação das barras de chocolate. Não deixe também de comer em um dos restaurantes da região, contemplando a paisagem e ainda tomar banho de rio”, destaca Tainá.
■ Como chegar: Para chegar à Ilha do Combu, pegue um táxi ou Uber até o Terminal Hidroviário Ruy Barata, na Praça Princesa Isabel, em Belém. De lá, embarque em uma lancha voadeira que fará a travessia pelo Rio Guamá. A viagem dura cerca de 15 minutos até a ilha.
Mosqueiro, distrito de Belém - charme e aconchego

Localizado a cerca de 70 a 80 km da capital paraense, o distrito de Mosqueiro é muito popular entre os paraenses. Famoso por suas praias de água doce, o lugar é perfeito para passear sozinho ou em família. É possível ir ao distrito e voltar para o centro de Belém no mesmo dia, mas, se quiser passar mais tempo para desfrutar da ilha, Mosqueiro oferece diversas opções de hospedagem, desde pousadas mais rústicas a hotéis mais estruturados.
“A ilha de Mosqueiro, para mim, é um dos melhores lugares para passeios em família. Fica a pouco mais de uma hora de Belém e, logo na estrada que dá acesso, é impossível resistir ao camarão regional que é vendido por ambulantes. Mosqueiro possui diversas praias de rio com ondas, restaurantes, e opções de hospedagem”, indica Tainá Aires.
■ Experiência obrigatória: Quem vai a Mosqueiro, não pode deixar de visitar a Vila, tanto para ir ao mercado, quanto para visitar a praça e ainda comer a tradicional tapioquinha molhada com leite de côco, que é servida na folha de bananeira, além das opções salgadas.
■ Como chegar: É muito fácil chegar a Mosqueiro. Barco, carro e ônibus são opções para todos os tipos de preferência e público.
De carro: O percurso leva aproximadamente 1 hora e 15 minutos, dependendo do trânsito. A ilha é acessível pela ponte Sebastião Oliveira, construída na década de 1960.
De ônibus: A linha municipal Belém-Mosqueiro opera com saídas da Praça José Sidrim, na Avenida Almirante Barroso, próxima ao Terminal Rodoviário de São Brás.
De barco: Existe uma linha fluvial que transporta passageiros entre o Terminal Hidroviário de Belém (saindo da Praça Princesa Isabel) e o Terminal Hidroviário de Mosqueiro, oferecendo uma alternativa ao transporte rodoviário.
Marajó - cultura viva, autêntica e forte

Composto por 17 municípios, o arquipélago do Marajó é conhecido por sua rica biodiversidade, cultura e presença marcante de búfalos. Uma experiência à parte, conhecer as praias, as fazendas e as cerâmicas da região são essenciais para quem deseja ver de pertinho as belezas do Marajó.
“A ilha do Marajó é parada obrigatória, né?! O trio que todo mundo deveria conhecer é Cachoeira do Arari, Salvaterra e Soure, com destaque especial para Soure que é, sem dúvida, o meu lugar preferido no Marajó, não só pelas praias, mas pelas experiências nas fazendas, com os búfalos que são onipresentes naquela cidade. É uma cidade que convida a gente a relaxar. É mais tranquila, as pessoas dormem depois do almoço, então essa experiência de vivenciar essa cidade é realmente incrível. Uma conexão com a natureza, renovar as energias; as pessoas precisam viver isso”, pontua Dani.
Tainá Aires é outra apaixonada por Soure e pelas vivências que a cidade proporciona. “Eu sou apaixonada por Soure, tanto pelas paisagens quanto pela gastronomia local. Você tem a oportunidade de ver os búfalos nos campos alagados, visitar fazendas, praias e também participar de trilhas, onde pode comer comer o turu, um molusco que lembra uma minhoca. Outro ponto forte é o queijo do Marajó. Um queijo fresco, feito do leite de búfala. E ele é tão importante para a região que possui Identificação Geográfica. Por lá, também é possível ver o preparo e degustar o queijo de diversas formas. Recomendo consumir com o pão caseiro, um pão artesanal, que é servido em vários pontos da cidade. A carne do búfalo também faz parte do cardápio de vários restaurantes da Ilha do Marajó. Em Soure, tem também ateliê de cerâmica marajoara, mais uma tradição ancestral da ilha e, claro, as rodas de carimbó que animam as noites”, comenta.
■ Experiência obrigatória: Tainá recomenda visitar a Fazenda Mironga, onde há criação de búfalos para a produção do queijo do Marajó. “Eles oferecem experiências para acompanhar todo o preparo e, ao fim, ainda rola uma degustação de tudo o que é produzido.”
■ Como chegar: Saindo do Terminal Hidroviário de Belém, pegue uma lancha rápida para a viagem que dura de 2h a 2h30.
Observação: A compra de passagens deve ser feita com antecedência no próprio terminal, pois a procura costuma ser alta. A lancha pode fazer uma breve parada em Salvaterra antes de chegar a Soure. Já em Soure, você encontrará táxis, mototáxis e vans para levá-lo ao seu hotel ou ponto de interesse.
Outra opção é ir de balsa, saindo do Porto de Icoaraci, no distrito de Belém. A viagem dura de 2h30 a 3h. Esta é a única opção para quem deseja levar carro ou moto para a ilha. Ao chegar em Camará (Salvaterra), você fará o trajeto terrestre para Soure.
Santarém - cor e encanto

O município, no oeste do Pará, é conhecido por sua natureza exuberante e por abrigar uma das praias mais bonitas do mundo, conhecida como o ‘Caribe Amazônico’, localizada em Alter do Chão. Os principais atrativos são as praias de água doce do rio Tapajós e o impressionante encontro dos rios Amazonas e Tapajós.
Passear na orla de Santarém é um convite que enche os olhos e o coração. “Em Santarém, adoro passear na orla, além de contemplar o encontro entre o rio Amazonas e o rio Tapajós, uma das cenas mais lindas que eu já vi. E, claro, não dá pra deixar de ir a Alter do Chão, onde há uma das praias mais bonitas do mundo. Por lá, ocorre a tradicional Piracaia, que significa peixe assado na praia. Um momento para degustar o melhor da culinária e ainda aproveitar as rodas de carimbó”, compartilha Tainá.
■ Experiência obrigatória: Quem vai a Santarém precisa conhecer Alter do Chão. “Tem que ir à praia de Alter do Chão, aproveitar as belezas naturais, e ainda viver a experiência da Piracaia, que pode ser com um morador da comunidade ou com o chef Saulo Jennings, no restaurante Casa do Saulo. Em setembro, ocorre o Sairé, uma festa de mais de 300 anos que combina elementos da cultura indígena Borari, do povo ribeirinho e da Igreja Católica. Portanto, há uma parte religiosa e outra folclórica, com a disputa entre os botos Tucuxi e Cor-de-Rosa”, destaca Tainá Aires.
■ Como chegar: É possível chegar a Santarém de avião, barco ou ônibus.
De avião: Esta é a opção mais rápida. O voo direto de Belém dura cerca de 1h25. As companhias aéreas Gol e Azul oferecem voos diretos de Belém para Santarém. Outras companhias também operam voos com escalas a partir de diversas capitais brasileiras.
Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Santarém – Maestro Wilson Fonseca (STM), é possível pegar um táxi ou um carro de aplicativo para ir até o centro de Santarém ou direto para Alter do Chão.
De barco: A viagem de barco ou balsa entre Belém e Santarém leva em média 2 dias e 13 horas, com saídas semanais dos portos localizados na Avenida Bernardo Sayão. O percurso pelo rio Amazonas permite observar a paisagem e a vida ribeirinha. A maioria das embarcações oferece duas opções: a rede (mais econômica) ou cabines privativas (mais confortável). A chegada em Santarém é em um porto próximo ao centro da cidade.
De ônibus: A viagem de ônibus por via terrestre é a opção mais longa e é feita em trechos de estrada e balsa. A partir de Belém, há linhas de ônibus que fazem o trajeto até Santarém. A viagem dura cerca de 26 a 30 horas, incluindo a travessia de balsa.
Bragança - história e beleza

Conhecida como a ‘Pérola do Caeté’, Bragança é uma cidade histórica cheia de encantos, belezas e sabores como, por exemplo, a famosa farinha de mandioca bem torrada.
Das lindas praias à arquitetura do centro histórico, Bragança está na lista de lugares que Tainá Aires indica. “Bragança é conhecida pela produção de uma das melhores farinhas do Pará, mas o município vai muito além disso. Além de contemplar as belezas naturais com um passeio na orla, Bragança tem um centro histórico com igrejas e museus – que inclusive contam a história da estrada de Ferro Belém - Bragança, que ligava os dois municípios. As manifestações religiosas fazem parte da tradição cultural de Bragança, que promove há anos a Marujada, em homenagem à São Benedito. A festividade envolve fé, música e trajes específicos para a ocasião. Algo tão importante, que há até um mirante com o santo, onde é possível ver a cidade por outro ângulo. Bragança também tem praia. Imperdível uma visita à Ajuruteua, onde é possível usufruir de uma paisagem exuberante e ainda comer muito peixe e caranguejo.”
■ Experiência obrigatória: Quem vai a Bragança tem que passar pelo Mirante de São Benedito. “A vista do local é privilegiada. Mas vá preparado para subir muitas escadas”, orienta a jornalista.
■ Como chegar: Para chegar a Bragança, a maneira mais comum é de carro ou ônibus. A viagem dura, em média, de 3h30 a 4 horas.
Diversas empresas de ônibus fazem o trajeto regularmente de Belém para Bragança. As passagens rodoviárias podem ser compradas com antecedência online ou diretamente no Terminal Rodoviário de Belém ou Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB).
Círio de Nazaré - experiência de fé

Uma das maiores e mais emocionantes manifestações de fé católica do mundo, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré reúne milhões de fiéis nas ruas da capital paraense no segundo domingo de outubro. A celebração foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Treze procissões integram a festividade: Procissão do Traslado dos Carros, Traslado para Ananindeua, Romaria Rodoviária, Romaria Fluvial, Moto Romaria e Trasladação antecedem a grande procissão do Círio (no segundo domingo de outubro). Depois, inicia respectivamente: Ciclo Romaria, Romaria da Juventude, Romaria das Crianças, Romaria dos Corredores, Procissão da Festa e o Recírio.
“Tem uma experiência que todo mundo deve viver: o Círio de Nazaré. A cidade se movimenta em prol do Círio, a experiência em Belém é diferente quando não é o Círio”, afirma Dani.

Entre tantos encantos, o Pará desperta um sentimento de origem e identidade, como ressalta Tainá Aires, ao refletir sobre o que significa viver a Amazônia. “Sem dúvida, todos deveriam viver parte da Amazônia uma vez uma vez na vida. O Pará tem uma cultura ancestral, biodiversidade, gastronomia única e um povo extremamente receptivo. Estar no Pará é entender mais da nossa origem, dos costumes do povo indígena, ribeirinho... É entender que também somos parte importante do Brasil”, finaliza.
“Todo mundo deveria conhecer o Pará, mas eu acredito que, principalmente, todo paraense deveria conhecer o Pará. Quem mora em Belém deveria começar visitando a nossa cidade, e depois as outras cidades do nosso estado, ter experiências mais imersivas dentro do nosso estado, conhecer mais, para além de Mosqueiro, para além de Salinas, conhecer mais. A mesma coisa, quem está na região sul e sudeste do estado e que não conhece Belém. A gente precisa entender a nossa diversidade dentro do Pará, aproveitar as belezas daqui. Eu sou muito suspeita, porque eu amo o meu estado, acho ele belíssimo, lindíssimo, dentro da área turística a gente tem uma experiência gigante para oferecer. Se a gente for para a área da fé, a gente vai conseguir; se a gente for para a área da gastronomia também; se formos para a moda, a gente também tem; se a gente for para a indústria a gente também o que mostrar, então é muito plural e o Pará tem muitos atrativos que fazem eu me apaixonar cada vez por esse estado”, concluiu a influenciadora Dani Viaja.

Comentários
Neal Adams
July 21, 2022 at 8:24 pmGeeza show off show off pick your nose and blow off the BBC lavatory a blinding shot cack spend a penny bugger all mate brolly.
ReplyJim Séchen
July 21, 2022 at 10:44 pmThe little rotter my good sir faff about Charles bamboozled I such a fibber tomfoolery at public school.
ReplyJustin Case
July 21, 2022 at 17:44 pmThe little rotter my good sir faff about Charles bamboozled I such a fibber tomfoolery at public school.
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